O problema nacional brasileiro: introdução a um programa de organização nacional

qualquer filiação à estirpe dos homens do centro e do norte da Europa. Mas, quando os alviões dos operários de Schliemann e de Evans exumaram as ruínas de Mycenas e de Creta, pondo a descoberto os paços reais das civilizações egeia e minoana — idade muito anterior às invasões do norte e obra evidente de povos das raças morenas do Mediterrâneo —, todo o edifício da superioridade ariana, ou teutônica ruiu por terra, com a demonstração irrefragável de que as fontes da nossa civilização brotaram de cérebros de homens do Mediterrâneo, quase, certamente, da margem sul do Mediterrâneo.

Esta prova bastaria para aniquilar a pretensão de superioridade das raças louras, ou antes, da raça loura teutônica, pois que, dentre os próprios louros, alguns — a imensa massa dos braquicéfalos do centro da Europa, por exemplo — são repelidos pelos grandes eleitores da ciência selecionista; mas a ciência, prosseguindo em suas indagações, chegou à conclusão de que, ao lado das diversidades físicas, verificadas na estrutura humana, nada, absolutamente nada, autoriza a afirmação de uma desigualdade radical, na constituição cerebral, em seu funcionamento, em seu poder de desenvolvimento. A relação entre

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