O problema nacional brasileiro: introdução a um programa de organização nacional

esse ataque às reservas da nossa natureza, por sindicatos estrangeiros — que apenas usam, do nosso país, quando as não trazem, as máquinas humanas — representam auspiciosas colocações de capitais.

Os povos semibárbaros, mas sedentários, da Ásia, como os chineses, não sabendo, apesar de suas densas populações, extrair e explorar o minério de suas jazidas, possuem vivíssima a sensibilidade do dono da terra, vibrátil até à revolta aos primeiros estudos dos engenheiros, às primeiras contusões das picaretas. Nós, que não sentimos pressa, e com razão, em rasgar o seio da nossa terra, para nosso proveito, temos solicitudes alviçareiras por entregá-la ao primeiro solicitante, fazendo, com delícias, o lenocínio do nosso solo.

Conhecemos, apenas, durante o período colonial, o regime das explorações por feitorias; raros estabelecimentos possuíamos, há pouco, parecidos com os desses formidáveis esgotadores de riquezas, à custa do trabalho bruto de fellahins e de negros. Foi preciso que a República atingisse a maioridade, para que se nos apresentasse a perspectiva de ver instalar, entre nós, colônias de minerações como as da África do sul, monopólios industriais e agrícolas, extensas regiões entregues à exploração alheia, estradas de

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