O problema nacional brasileiro: introdução a um programa de organização nacional

adaptação, corresponde, nos hábitos da vida, nos processos de trabalho, nos métodos de ação social, nas instituições uma combinação de maneiras, costumes, ideias, convenções, formas, aplicações, todos importados, que tornam o homem cada vez mais estranho a seu meio e à sociedade cada vez mais disparatada com o seu ambiente. A perpetuação de uma existência colonial, no fundo e na essência, é o resultado inevitável desta inexperiência da realidade, deste inconsciente conflito entre o agente e o objeto da civilização.

Para bem explorar esta natureza, corrigir seus defeitos, estimulá-la e aperfeiçoá-la, fazemos apelo à ciência, às artes, à lição e à sabedoria dos europeus; e, assim como, nas Faculdades Superiores, nas letras, nos jornais, nas escolas, nos ginásios, as ideia em circulação são as frases textuais, os dizeres literais dos livros do velho continente, os institutos e escolas fundados para educação prática dos produtores, sob modelos dados, aliás, na Europa por ineficazes pelos espíritos mais práticos e lúcidos, parecem, aos olhos dos que mourejam no labor da terra e que ainda não aprenderam a guiar o arado dos egípcios e dos gregos, academias de um saber transcendente.

Emigrados que não compreenderam o mistério da fecundação da sua terra, não tendo ainda

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