O problema nacional brasileiro: introdução a um programa de organização nacional

Ásia exploradas como feitorias, seduz e atrai grande número de colonos instáveis, comerciantes em trânsito, ou de breve estada, sendo habitado e povoado a esmo, cultivado e explorado empiricamente. Jamais os problemas da adaptação do homem ao meio novo e estranho, os da cultura do solo ignorado, os das instituições e dos costumes próprios para essa adaptação e para essa exploração foram objeto de estudo. O colono e o comerciante localizados no Brasil, seus descendentes e seus discípulos ficaram sendo seres, assim, estranhos a seu hábitat, eternos desaclimados — exploradores vorazes, a princípio, de seus bens, vítimas, afinal, de novos exploradores.

Se Portugal já não tivesse, a dar para modelo da nossa arquitetura, as suas vastas casas de herdade, chatas e largas, com amplas varandas, é provável que, já nos nossos campos e nas nossas cidades dos tempos coloniais, se encontrassem os chalets suiços e os edifícios, agudos e esguios, construídos para o deslisar das neves; mas a tolice que o primeiro colono não fez, está fazendo o bisonho civilizado contemporâneo; as nossas novas e garridas cidades, os lares das nossas modernas fazendas, tomam, para modelo de seus edifícios, os palácios de Paris e os cottages ingleses; e a este exemplo material, visível, de falta de senso de

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