O problema nacional brasileiro: introdução a um programa de organização nacional

O povo brasileiro jamais cogitou de um perigo nacional que o afrontasse de súbito, ameaçando-o, como o despenhar de uma avalanche, com a apropriação do melhor do seu patrimônio bruto e de seus bens em exploração, subordinando-o virtualmente ao governo de estrangeiros, e pondo a continuação da sua integridade, da sua independência e da sua soberania à mercê das grandes potências econômicas e militares. Nunca teve de cogitar de tais cousas, primeiro, porque o Brasil parecia estar, até há pouco, acima da possibilidade de assaltos desta natureza, pela solidez do seu crédito e prestígio da sua administração, impondo-se à estima do mundo, como terra livre dos desvarios, das leviandades e das ilusões de certos povos, que, para satisfazer a vaidosas aspirações de aparente progresso e dar largas aos caprichos perdulários de uma geração, desprezam o trabalho, a produção, as alegrias sãs do esforço e do labor paciente, entregando-se às mais arriscadas aventuras. Depois, porque a nossa terra era vasta e afigurava-se-nos rica, dispensando-nos quase da luta, fazendo-nos esquecer o previdente dever de acautelar o patrimônio, nosso e dos nossos...

Não tendo de formar ideias políticas, de saber leis econômicas, de compreender os fatos da sua vida e da dos outros povos; não lhe cabendo formular

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