decorativa na arte, nmemônica no saber, parizaica na aceitação, na cópia, na interpretação e na aplicação de ideias e de sistemas; bizantina, no culto material da forma; quase supersticiosa, no amor a conceitos e a fórmulas. Textuais no que sabemos, exegetas e glossadores, no que produzimos, obcecados de ideias alheias e de ilusões, vivendo o romance dos nossos devaneios e das nossas imagens, literárias, idólatras de homens e de nomes próprios, céticos para os ideais concretos, surdos ao otimismo que demanda esforço e ordena o exercício da vontade, crédulo às mais extravagantes fantasias e artificiosas teorias; afetando descrença na virtude, na seriedade, no trabalho; confundindo ouropéis e lentejoulas com a arte; admiradores dos torneios e das argúcias da política pessoal e partidária; entusiastas de um progresso de palácios sem arquitetura e de cidades ostentosas, sem delineamentos e sem enquadramento artístico sobre o fundo da natureza; vamos sacrificando o que já havíamos conquistado, em apuro superior, na arte, em elevação e profundeza, nas inteligências, em iniciativa, em autonomia e em força produtiva nos caracteres. O gosto pela música ligeira, por efeitos vistosos, por cores e luzes vivas, pelo luxo; um teatro de bambochata: todos os ruídos atordoantes da vaidade