A vida dos homens que atravessam crises revolucionárias é toda feita, igualmente, de revoluções pessoais. Só quem haja acompanhado, dos primeiros movimentos a seus últimos refluxos, os torvelinhos de uma época crítica poderá conhecer e avaliar os abalos que a desordem geral vem produzindo em nossos destinos.
Dos homens que fazem as revoluções, conseguem dominar a onda os que são colhidos pelas primeiras vagas, já definitivamente consagrados, conquistando uma vitória pessoal, cuja eficácia, a bem das ideias, fica dependendo da maturidade da reforma que promoveram e do seu preparo para consumá-las.
Os que as revoluções produzem nem são, em regra, expoentes das ideias que elas representam, nem instrumentos de suas obras. Rebeldes à tradição e estranhos às aspirações, sem linhagem política no passado e sem solidariedade com as tendências da época, prolongam para o futuro o impulso e o espírito da desordem. Bonaparte foi, em sua obra política, o produto mais legítimo da Revolução Francesa.
Quem atravessa uma crise revolucionária, sem temperamento revolucionário é vítima de todos os seus embates. Tal foi a minha sorte, durante os 24 anos em que a República