de Alberto Rangel, Tours, 1926, pág. 218), ideia que provavelmente nos primeiros meses de 1829 de novo lhe ocorreu, a fim de obter o auxílio de alguns de seus soberanos à causa da filha e do constitucionalismo lusitano. É o que revela interessante documento que se guarda no Arquivo da Família Imperial do Brasil, hoje, por sua doação, pertencente ao Museu Imperial, de Petrópolis. Até agora inédito e desconhecido de nossos historiadores e biógrafos de D. Pedro I, consta do maço XII, doc. 588 do Catálogo B, de "Manuscritos sem Data", de acordo com o "Inventário" no Castelo d'Eu, em França, há muitos anos levantado pelo historiador Alberto Rangel, publicado nos Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, vols. LIV e LV, de 1932 e 1933, aparecidos em 1939, na administração de Rodolfo Garcia. Além do autógrafo, em rascunho, todo de letra e redação de D. Pedro I, há, anexa, sua cópia limpa, do punho de Francisco Gomes da Silva, o "Chalaça", dedicado secretário do Imperador. Embora não datado, é este documento anterior ao segundo casamento de D. Pedro, de que só teve conhecimento positivo em julho de 1829. Poderá datar de março desse ano, quando consultou a amigos sobre sua futura política, externa e interna.
A primeira hipótese que a seu respeito deve ser feita, é a de que esse "Plano" adiante transcrito parece ser o texto de consulta que o monarca pretenderia fazer ao Conselho de Estado, para, conforme o resultado obtido, depois submeter o pedido de licença para ausentar-se do país à Assembleia Geral. Se o fez, não se sabe. Mas, se o fizesse, certamente não faltariam votos contrários no Conselho, suficientes para que a ideia do pedido ao Senado e Câmara fosse abandonada. Realmente, como obter aquela licença de uma Câmara que ano a ano cada vez mais criticava em suas "Falas do Trono"?
Nota-se, no documento, que se o Imperador nele de modo tão pessimista se refere à situação brasileira, muito pouco menciona a portuguesa, que deveria constituir sua maior preocupação e causa preponderante da projetada viagem. Como curiosidade, deve ser registrada a sua primazia como partidário dos entendimentos hoje ditos "de cúpula", entre chefes de