D. Pedro I e D.Pedro II – acréscimo às suas biografias

as pazes com os soberanos da Europa, que estão em oposição comigo, chamá-los ao meu partido, e isto não se faz por meio de um embaixador. O Império está cercado de Repúblicas, cheio de republicanos, o governo sem força física, nem moral, o Tesouro sem crédito, nem dinheiro, o povo sem respeito às autoridades, como, pois, poderá existir? Eu indo, adquiro força moral naquela parte da Nação que, tendo-a perdido, ainda é suscetível de a tornar a adquirir; e a canalha, quando eu voltar apoiado pelos diferentes soberanos, sabendo ela que minha morte será vingada, no caso de atentar contra minha vida, sendo colocados no trono os meus descendentes, há de conter- se, o quanto basta para que o governo, livre e desembaraçado, possa dar ao Brasil aquela estabilidade que ele merece e que não tem, nem adquirirá enquanto procurar recursos dentro de si.

"Além das vantagens que aponto, há mais as seguintes: caso-me, caso minha filha Maria com o Duque de Nemours(2) Nota do Autor, ajusto o casamento de minha filha Januária com o Duque de Bordeaux(3) Nota do Autor e trato pessoalmente o casamento de meu filho(4) Nota do Autor; o que acabo de expor bastará para eu tentar ir à Europa, quanto mais juntando a isto a consolidação e futura estabilidade do Império.

"Este meu plano não pode ser executado sem que a Assembleia me dê licença para eu ir à Europa, mas estando eu persuadido das vantagens dele para meus descendentes por quem trabalho, não m'a concedendo abdico infalivelmente, pois eu

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