D. Pedro I e D.Pedro II – acréscimo às suas biografias

reputo nada uma coroa, quando com toda a certeza sei que a coloco para sempre sobre a cabeça de meus descendentes. Neste caso estou livre, não deixo de ser Defensor do Brasil(5) Nota do Autor, sou-o também de meu filho, sou seu tutor e curador e o mesmo de minha filha, posso advogar sua causa provando ao mundo meu desinteresse e, ao mesmo tempo, o amor que consagro por paixão e compaixão a meu filho, ao Brasil e aos bons brasileiros.

"Não são próprias do meu caráter meias medidas, estou há muito desenganado pela experiência que elas só servem para fundir impérios, e não para salvá-los, e igualmente de descrédito para seus imperadores. Eu, sem apoio não quero trabalhar dentro do Império; não o tenho, quero buscá-lo fora; não quero, sentado em uma cadeira, sem recursos, esperar a morte e, com ela, a ruína de minha família, a de todo o Império e coberto de remorsos por não seguir os ditames da minha consciência.

"Antevejo neste meu plano uma glória pouco abaixo da de salvar-me, basta isto para executá-lo.

"De um plano tal, só o tempo e quem o concebe é que podem ajuizar; um, porque mostra os resultados e, o outro, porque os antevê".

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Com a realização, em agosto de 1829, do segundo casamento de D. Pedro I, pelo menos por algum tempo abandonou ele a ideia de uma ida à Europa, para resolver a intrincada questão dinástica portuguesa.

Agravando-se, entretanto, em março de 1831, a situação brasileira, na madrugada de 7 de abril desse ano apareceu a oportunidade para a sua longamente meditada e voluntária abdicação à coroa do Brasil, tendo como pretexto não desejar submeter-se ao inconstitucional pedido de reintegração de um ministério, que lhe fizeram o povo e parte da guarnição militar do Rio de Janeiro.

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