D. Pedro I e D.Pedro II – acréscimo às suas biografias

o sentimento profundo da alma. Era este o dia em que o primeiro Imperador do Brasil ia partir, em que ia deixar a Pátria, Filhos e Amigos, dia em que seu coração paterno ia sofrer o mais duro dos golpes; mas a que sua alma de herói impunha resignação.

"E, com efeito, o Imperador, por dignidade sua, devia e queria deixar o Brasil, e, por isso, a 13 de abril de 1831 a nau inglesa, orgulhosa de levar a seu bordo o fundador de um Império, e o destinado libertador de um Reino oprimido, sulcava as águas do oceano que, brandas, concediam passagem ao herói da liberdade e à sua Augusta Filha, a Senhora D. Maria da Glória, que tinha de ocupar o trono e empunhar o cetro do Reino de Portugal, cuja coroa seu Augusto Pai sem ambição havia reservado para ela.

"O cais do Largo do Paço estava apinhado de uma multidão de povo; não havia um só rosto onde não se visse a dor da saudade estampada visivelmente, nem um só olho que não estivesse umedecido de lágrimas arrancadas do coração(16) Nota do Autor. O Brasil tinha perdido o soberano, e os brasileiros um Pai, um amigo, e, finalmente, o cultor de sua liberdade.

"No meio de tudo isso, o que se tornou mais notável foi um velho que representava ter 60 anos, de fisionomia severa, o qual se achava de pé no cais, de braços cruzados, com os olhos fitos nos dois navios — "Volage" e "La Seine"(17) Nota do Autor, e, assim que eles transpuseram a barra do Rio de Janeiro, proferiu estas palavras proféticas: "Deus vos leve a salvamento". E depois, voltando os olhos para o céu, continuou nestes termos: "Ah! Brasil, Brasil, assim como aqueles navios flutuam sobre

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