as ondas do mar, quantas vezes tu não hás de flutuar sobre as opiniões políticas e ambiciosas dos homens da época ?!!"(18) Nota do Autor.
"E, de fato, o velho não se enganou: logo depois da saída do Sr. D. Pedro I a anarquia apareceu desenfreada.
"O Sr. D. Pedro II apenas contando cinco anos de idade, principiou a ser vítima dos traidores de seu Augusto Pai, que, temendo serem descobertos, trataram de afastar do jovem Imperador os amigos fiéis de seu Pai, e a perseguirem aqueles que o deviam dirigir nos seus primeiros anos, como fizeram a José Bonifácio e outros.
"Porém Deus é justo, não valeu nada disto. O Segundo Imperador do Brasil cresceu debaixo da proteção divina, teve uma educação digna dele; os malvados, à vista de sua pureza de alma, nunca se animaram a bafejar o Príncipe com seus hálitos malignos e corruptos. Cheios de remorsos, hoje se aproximam de seu Trono trêmulos e timoratos.
"Ainda na hora da partida do Sr. D. Pedro I, foram a bordo beijar à Sua Majestade sua Augusta Mão, muitos brasileiros, assegurando a Sua Majestade suas dedicações; e entre eles se distinguiu um, que não só derramou muitas lágrimas, como até se ofereceu a Sua Majestade para à sua custa arranjar o seu rancho de viagem, pois se Sua Majestade se dignasse aceitar, era última prova de confiança que dava, de sua extrema afeição. O Imperador agradeceu cordialmente tão nobre oferecimento, dando como razão de sua recusa o achar-se comprometido com o ministro inglês, que já antecipadamente se tinha oferecido, e que ele tinha aceitado(19) Nota do Autor.
"Ainda na hora da partida o Imperador conheceu que tinha amigos no Brasil, e que a grandeza de sua alma e o desinteresse do magnânimo coração o obrigava a sair da Pátria que ele adotara por amor da liberdade, e nada mais.