Estudos de história imperial

CARTAS DE D. PEDRO I NA SEMANA DA ABDICAÇÃO

De 7 a 14 de abril de 1831, entre a abdicação e a partida para o voluntário exílio, viveu o Fundador do Império uma semana de intensa agitação, durante a qual pôde, através de vários documentos, demonstrar certas peculiaridades de seu caráter ardoroso mas sincero, arbitrário às vezes, porém sempre leal. Do ato da renúncia, que começa por invocar direito que lhe era concedido pela Constituição, embora não diga a que cousa renunciava, até a despedida aos amigos, em que lhes pede "perdão de alguma ofensa", mediaram conflitos e situações, bem como reflexões e verificações, que certamente muito preocuparam ao imperial resignatário, impondo-lhe atitudes de que a História será a melhor julgadora, quando se lhes conhecerem todos os elementos informativos.

Será interessante, portanto, acompanhar, à margem das cartas, mensagens, bilhetes e mais documentos escritos que naqueles dias rapidamente traçou, a dignidade com que em tão difíceis contingências se houve D. Pedro I, mesmo quando teve de abordar as sempre delicadas questões de dinheiro. De singular importância eram estas, aliás, para seus planos futuros, visto não sofrer dúvida que a reconquista do trono de Portugal para a filha D. Maria II constituía o objetivo principal de sua retirada do Brasil. Foi mesmo com a vivacidade habitual que o Imperador enfrentou o assunto, numa disposição de espírito muito diversa da verdadeira apatia que em idênticas circunstâncias revelaria,

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