Contribuindo para tais expansões, será conveniente ajuntar que a própria viagem do exílio iria realizar-se em condições de real desconforto, como provam os documentos adiante pela primeira vez transcritos, pertencentes à rica coleção de manuscritos do Sr. Francisco Marques dos Santos, gentilmente posta à nossa disposição.
Um recado firmado por "D. Pedro de Alcântara", datado de 12 de abril de 1831, diz apenas o seguinte:
"Mande a roupa de cama que puder, em uma canastra."
Cumprindo a requisição, acompanha-a esta
"Relação da Roupa que do Imperial Tesouro vai para bordo da fragata 'Volage', para o serviço do Senhor D. Pedro de Alcântara.
Dezoito lençóis finos.
Doze fronhas finas.
Vinte e quatro toalhas finas de mão.
Imperial Tesouro, 12 de abril de 1831."
Assinada pelo Conselheiro João Valentim de Faria Sousa Lobato, Porteiro da Imperial Câmara, a esta Relação acrescentou o mesmo, com sua letra, a exigência:
"Para o Sr. que receber assinar."
Não duvidou fazê-lo o próprio ex-Imperador, assim com simplicidade exercendo funções de mordomo ad hoc.
"Recebi o que acima está notado. - 12 de abril de 1831.
D. PEDRO DE ALCÂNTARA."
À vista das circunstâncias que cercaram a redação desse documento, não se poderá dizer que o mesmo pertença à "pequena história".