Estudos de história imperial

os seus direitos, exigindo a sua plena satisfação, de modo a não ficar materialmente prejudicado por qualquer omissão ou animosidade do novo governo do Brasil.

Foi uma atitude, essa, talvez passível de crítica, sobretudo ao reiterar acusações meses antes feitas ao Marquês de Barbacena, referentes às despesas de sua última missão na Europa. Será, entretanto, mais uma prova da sinceridade de seu caráter, de seu amor às posições definidas, de respeito às convenções escritas, sobretudo às disposições constitucionais que frequentemente citava, em apoio às suas pretensões. Revela, também, que apesar do vulto, para a época, da dotação que recebia, não teve oportunidade de amealhar fortuna, embora fosse reconhecidamente econômico, quanto aos gastos pessoais.

Assim sendo, não é de admirar que causasse certo escândalo a imediata publicação desse documento, baseada na liberdade de imprensa, em folheto editado por E. Seignot-Plancher e significativamente intitulado: Último Balanço ou o Budget do Senhor Dom Pedro de Alcântara, Ex-Imperador do Império do Brasil, dirigido à Ilustríssima Regência.

Note-se, porém, em favor de suas reclamações, que em bilhete do dia 12 de abril protestou contra a apreensão de 720 peças de ouro, de 6$400, realizada, ao que parece, quando se transferia da nau "Warspite" para a "Volage". Acrescente-se, ainda, para justificação da veemência de seus termos, que em rascunho talvez não utilizado, dizia, no mesmo dia, estar "precisando eu agora na Europa dinheiro para poder comer, pois apenas levo comigo 15 contos em ouro, 200 mil réis em prata".

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