Folclore Goiano

O tempo não me permitiu enfeixar nesta obra - Festas, Coreografia e Linguística, que aguardarão, mais adiante, outra oportunidade de aparecer.

No coletamento do Cancioneiro tive presente as recomendações feitas pelos professores Comparetti e d'Anconna aos coletores da poesia popular italiana: "Il suo carattere generale vogliamo sia seriamente scientifico. Perció non acceteremo testi rifatti litterariamente o conunque ritocati, ma solo quelli che conservano schietta ed intatta l'originaria loro forma populare".(*) Nota do Autor

Isto quando acontecia aceitar modas não colhidas diretamente por mim. Pois que, do total do Cancioneiro que apresento, 95% foram anotadas por mim mesmo sob ditado dos caboclos, com a pronúncia mais exata possível. Não poucas vezes usava do seguinte artifício para me certificar da prolação de tal fonema, se fora acaso ou se era habitual. Dizia ao cantador que não ouvira bem e pedia que repetisse, por que escutava mal daquele ouvido. E assim, sob repetição, conseguia certeza da pronúncia desejada sem melindre do sertanejo. Quem já empreendeu pesquisas desta natureza sabe quanto nosso homem do campo é desconfiado. Pergunta-se-lhe por uma moda, um conto, uma crendice, e ele logo nega que saiba. É preciso ir familiarizando, contar alguma coisa também, puxar-lhe pela língua com perguntas discretas, até que ele se anime e entusiasmado a solte.

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Dou a seguir as localidades do Estado visitadas, segundo as regiões: Zona Central - Itaberaí, Jaraguá, Trindade, Pirenópolis; Zona Sul: Bela-Vista, Pouso-Alto, Morrinhos, Bananeiras, Atolador; Zona Sudeste: Urutaí, Ipameri, Goiandira, Catalão; Zona Leste: Santa Luzia, Planaliina, Formosa.

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