Plácido de Castro, um caudilho contra o imperialismo

quais viram nele, acima de um pueril motivo de ressentimentos de casta, a personificação do mais sadio patriotismo. Suscetibilidades ainda menos justificáveis se se medita que, em Plácido de Castro, toda a rigidez de sua conduta impecável era, principalmente, o efeito da atmosfera psicológica da caserna, ao calor de cujo oxigênio se cristalizou a sua modelar têmpera de soldado. E soldado ele o foi acima de tudo.

A abstenção de lhe exaltar a glória retrata, também, o interesse de certos civilistas à outrance, os mesmos que criaram no Brasil a lenda de um suposto militarismo dominador. Sub-reptício estratagema que tem servido tão a gosto para resguardar, das fúrias da punição popular, os desmandos de certos governos "essencialmente civis", que sempre sabem valer-se de algum militar ingênuo ou ambicioso, aproveitado perfidamente no momento em que o prestigio da força se faz mister.

Finalmente, e talvez a causa das causas, o esquecimento de Plácido de Castro trai o interesse daqueles que, um dia, depois da vitória, houveram por bem premiar-lhe o feito com um assassínio de emboscada, que ficou para sempre, na sombra, a despeito de estarem gravados, aos pés do seu túmulo de mártir, os nomes dos carrascos que o trucidaram.

Por tudo isso - e pelo que ainda seja mais prudente calar - é que este livro vai dirigido aos Cadetes do Brasil, que só do seu patriotismo destemido será possível esperar a definitiva glorificação do cadete riograndense, sacrificado sem ao menos merecer a glória de não ser esquecido - afinal a última conquista a que podem aspirar os seres superiores que, em vida, não chegaram a ser compreendidos.

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