Haja, pois, o encontro de diplomatas, tão desejado pela Bolívia.
A discussão é rápida, como impõem as circunstâncias. E o resultado concretiza-se no Tratado de Ayacucho, firmado em La Paz, aos 27 de março de 1867.
Bom ou mau?
Computando as vantagens imediatas, o Brasil saía realmente lesado. Porque, a não ser que demarcações rigorosas viessem a contraditar o que já fora estabelecido sobre as nascentes do rio Javarí, ficariam pertencendo à Bolívia todos os muitos milhares de léguas quadradas que hoje integram o Território do Acre. Sem falar da circunstância, intimamente ligada aos entendimentos preliminares desse Tratado, de que poucos meses antes - cedendo à dominadora influência liberal de Tavares Bastos, à pressão demoníaca da campanha movida na América pelo geógrafo Maury e à política das grandes iniciativas mercantis de Mauá - Sua Majestade decide, finalmente, que "ficará aberta, desde o dia 7 de setembro de 1867, aos navios mercantes de todas as nações, a navegação do rio Amazonas até a fronteira do Brasil." (1). Nota do Autor
Em compensação, para contrabalançar o que se apresentava à mentalidade imperial como grave prejuízo, a diplomacia brasileira deixara fincado um invisível marco de soberania nos domínios aparentemente perdidos. Ao introduzir no texto do Tratado a disposição de "reconhecer, como base para determinação da fronteira entre os seus respectivos territórios, o uti possidetis"(2) Nota do Autor, ficava traçado um fecundo caminho de posse, que só se mostraria à plena luz, muito adiante, quando uns poucos anos de luta armada conduzissem à necessidade de consolidar-se