Plácido de Castro, um caudilho contra o imperialismo

um equilíbrio de boa vizinhança entre os dois países sul-americanos.

E para o Brasil o uti possidetis era tudo, desde que a indústria extrativa, a partir da metade do século XIX, principiara a estimular a penetração dos mais remotos manadeiros do rio Amazonas.

Por aquelas paragens consideradas nos mapas bolivianos como "tierras no descubiertas", já se embrenhara desde o ano de 1861, numa longa e ousada viagem de canoa, o caboclo amazonense Manuel Urbano da Encarnação. E daí a três anos, guiado por ele mesmo, a serviço da Real Sociedade de Geografia de Londres, o famoso engenheiro e explorador William Chandless. Depois, passados poucos anos, sob o mando do prático Gil Braz da Encarnação, filho de Manuel Urbano, enfiara-se por ali o primeiro navio a vapor que atingiu tão longínquas selvas. Vieram os "regatões". As ondas de catequistas. Os exploradores de todas as procedências. Famílias inteiras que se deslocavam do Maranhão e do Ceará em busca da fortuna.(3) Nota do Autor

Viera em massa, escorraçada pela seca devastadora de 1877, uma legião de desesperados, ignorando que, no vaticínio precipitado do civilizado Chandless, "séculos se passariam antes que as margens do Purús fossem habitadas por gente civilizada."

Mas os desbravadores desprezam os "miasmas" que sobem dos pântanos insondáveis e os insetos que haviam fustigado a rósea tez do explorador britânico. Tomam palmo a palmo, dia a dia, posse da terra que o seu suor e o seu trabalho vão fecundando. E não interrompem um instante

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