PRÓDROMOS
A região piratiningana está situada em um planalto de cerca de 400 a 800 metros sobre o nível do mar, o que lhe ameniza o clima tropical, dando-lhe uma situação geográfica sobre Capricórnio distante apenas 23º do Equador.
Mas o principal caratecrístico climático do planalto não é essa posição de inferioridade temperatural, face aos demais pontos brasileiros, situados, quase todos, em um litoral muito úmido, ou a uma distância menor do Equador. A nota primordial do clima planaltino, não estando no seu regime de baixas temperaturas, se distingue pelas amplitudes termométricas, ou diferenças acentuadas entre máximas e mínimas, diferenças essas que tem lugar não só de estação para estação, como de mês para mês, de dia para dia e até de hora para hora. (Ellis, Evolução econômica paulista e suas causas; Cia. Editora Nacional, Série Brasiliana).
Esse regime climático, constituindo uma ilha isolada na imensidão luso-americana, deveria, por força, atuar no organismo dos seres que fossem submetidos à sua ação. Seria natural que essa conformação telúrica especial modelasse os seres orgânicos que fossem moldados nessa forma, dando-lhes uma morfologia também especial e diferente da que marcava os contornos dos habitantes do litoral e do norte. Essa ação moldadora deveria fazer-se sentir não só no concernente ao físico, como ao moral, ao intelectual e ao fisiológico dos moradores planaltinos. Isso fez não só que eles se tornassem sob esses aspectos diferentes dos mais lusos-americanos, como mais eficientes, pois é sabido que as alternâncias termométricas desenvolvem a atividade e a ação. (Huntington, Climate and Civilisation). Creio que nisso reside a causa de serem os planaltinos mais providos de eficiência