Neste novo volume da póstuma de meu Pai reuni os seus discursos de saudação a D. Pedro II, esparsos na Revista do Instituto Histórico Brasileiro, algumas páginas por ele publicadas sobre o soberano, pouco antes de 15 de novembro, páginas aliás de errada psicologia em que se afirma da robustez do trono brasileiro, condições já então inexistentes. E adicionei-lhes os excertos inéditos do Diário íntimo, relativos à convivência do Senador por Santa Catarina com o monarca, em 1889 e a uma série de fatos referentes ao soberano destronado até à sua morte, a 5 de dezembro de 1891. Como apenso estampei a Fé de ofício de Imperador do Brasil, documento nobilíssimo da lavra do imperante deposto e hoje quase inteiramente esquecido, e as Cartas do exílio, endereçadas pelo magnânimo príncipe ao seu fiel partidário.
Pelo tom de diversos tópicos destas páginas íntimas verá o leitor que quem as redigiu não era um cortesão do poder. Discutia com o seu monarca e dele às vezes discordava e divergia, largamente, com toda a franqueza e convicção. Não era, aliás, dos que confiavam na persistência da instituição monárquica no Brasil, após a morte do segundo Imperador, como diversos tópicos de seu Diário íntimo documentam.
A largueza da visão bem lhe permitia divisar quanto o prazo do império brasileiro estava intimamente ligado ao da vida do filho de Pedro I.
Em outro volume espero completar este depoimento das relações do autor de Inocência com Dom Pedro II, por meio da publicação de novos trechos inéditos seus e