Pedro II

isto narrado com tanta simplicidade! Era sempre o mesmo soberano, o imperador, que se contentava em Petrópolis, na sua cela monástica, de um catre de ferro e um lavatório de pinho, ao lado dos caros livros, um por um escolhidos, manuseados incansavelmente e anotados. "Espero ainda revê-los, antes de minha morte, como a filhos queridos", declarava na penúltima das cartas, quarenta dias antes de desaparecer.

Nestas cartas, em todas, nenhuma palavra de revolta, ou sequer de queixume e acrimônia! Paira acima de tudo o mais entranhado amor ao Brasil, acompanhado de saudades intensíssimas da natureza pátria, as lembranças queridas dos amigos. Recalca o grande exilado no íntimo todos os sentimentos de dor. Confia na absolvição que a posteridade lhe dará, atendendo às intenções com que sempre agiu. Na maior intimidade confessa ao servidor fiel que, ao pensar na sua "Fé de Ofício de Imperador do Brasil", as lágrimas lhe marejam os olhos.

Tanta elevação de ânimo realmente nos enche da maior admiração...

Cada vez mais avulta a figura de Pedro II; dia virá em que acima do patriota e do defensor

Pedro II - Página 235 - Thumb Visualização
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