Política do Rio da Prata
Justiniano José da Rocha tinha cabal conhecimento dos problemas do Rio da Prata, que eram, no momento, motivo de sérias preocupações do Governo Imperial. As lutas dos caudilhos platinos vinham bater às fronteiras do Brasil, com incidentes que nos impediam de manter a neutralidade desejada e nos impeliam a fazer uma política internacional ativa, uma vez que o predomínio da nossa influência nos países limítrofes era fator do nosso prestígio, com repercussões na nossa política interna.
Jornalista de orientação partidária, Justiniano acompanhava, na política internacional, os rumos traçados pelos estadistas conservadores. Seus artigos revelavam acurado exame das questões que nos interessavam na política do Rio da Prata e constituíram material bastante para se reunirem em três volumes, publicados sem o seu nome, mas que lhe são, com certeza, atribuídos. Tinham títulos bem definidos: A Política do Brasil no Rio da Prata; Negócios do Rio da Prata - Discussão sobre várias questões pendentes entre o Governo Imperial e a Confederação Argentina, e artigos publicados no Jornal do Commércio sobre cada um deles; e “A Política Brasileira na República Oriental do Uruguai”.
Foi, assim, de relevante importância a colaboração de Justiniano nos debates e contendas oriundas da ação de Oribe, no Uruguai, e de Rosas, na Argentina, e que tanto interesse despertaram no país.
Justificando a nossa intervenção na política do Uruguai, explicada na circular do Ministro das Relações Exteriores Limpo de Abreu, ao Corpo Diplomático do Rio, em 19 de Janeiro de 1854, Justiniano responde no seu opúsculo “A Política Brasileira na República Oriental do Uruguai” às críticas