VIII
Carta-régia de D. João VI a Luís Paulino
Datada do Paço de Bemposta, 27 de julho de 1823, ordena-lhe que parta para a Bahia (Original nos papéis de família)
Luís Paulino d'Oliveira Pinto da França, marechal-de-campo do meu Real Exército, Eu El Rei vos envio muito saudar. Havendo reassumido o exercício dos inefáveis direitos que pertencem à majestade do trono, o principal objeto das minhas paternais solicitudes é remover e sanar os males de toda a espécie que a facção que se tinha levantado em Portugal, violenta e atrozmente, suscitara. E porque um dos mais funestos são as hostilidades e mútua agressão em que se encontra a Província de Bahia, serviu de teatro a uma guerra cruel e devastadora, o que muito repugnante sempre foi às minhas reais intenções, confiando muito que em tudo me servireis sempre bem e fielmente, como é de esperar da vossa pessoa: hei por bem encarregar-vos a importante comissão de passardes à cidade da Bahia para que, de acordo e inteligência com o chefe de divisão João Pereira de Campos, comandante da esquadra estacionada naqueles mares, e com o brigadeiro Inácio Luís Madeira, governador militar e comandante da força de terra, se proceda à suspensão de armas que, pelas ordens que agora expeço àqueles oficiais generais do mar e terra, se devem imediatamente propor aos almirantes, generais e oficiais comandantes que tiverem à sua frente, cessando assim as hostilidades e toda a efusão de sangue e mais efeitos de guerra, enquanto as diferenças que as ocorrências passadas, desgraçadamente, haviam produzido, se não ajustam definitivamente e enquanto, pelas pessoas da minha confiança que ora envio ao Rio de Janeiro e a que vós, depois de concluída esta vossa missão à Bahia, passareis logo a unir-vos, se não formam as condições da total evacuação da cidade da Bahia