Cartas Baianas: 1821 - 1824. Subsídios para o estudo dos problemas da opção na Independência brasileira

Luís Paulino d'Oliveira Pinto da França nasceu na Bahia a 30 de junho de 1771. Seguiu a carreira das armas e comandou o primeiro Regimento de Cavalaria no Rio de Janeiro, incumbido especialmente da guarda do Rei. Pela correspondência com os cunhados, verifica-se o grau de respeito, quase devoção, que passou a dedicar ao soberano. Eleito deputado às Cortes de Lisboa, não se harmonizou com os companheiros de delegação e defendeu até o extremo a união com Portugal.

Era dedicado às letras e tinha boa formação clássica. Sua produção poética é escassa. Sacramento Blake menciona alguns sonetos publicados no Jornal de Coimbra, no Parnaso brasileiro de Pereira da Silva.

Mas a produção que o consagrou elemento da literatura brasileira é o famoso soneto, composto duas horas antes de expirar, que figura em diversas coletâneas e mereceu destaque no Florilégio da Poesia brasileira, de Varnhagen. (Tomo II) 2ª edição, Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Letras, 1946, p. 245.

O coroamento de sua vida seria a pacificação da Bahia, que não pôde realizar por ali chegar após a retirada de Madeira, e o reconhecimento do Império por parte de Portugal, como membro da malograda Missão Rio Maior ocorrida nas circunstâncias mais desfavoráveis ao seu êxito.

Faleceu a oito de janeiro de 1824 ao zarpar do Rio de Janeiro, após o malogro da desastrada tentativa de reconciliação das "duas partes da monarquia", seu irrealizável ideal.

Luís Paulino manifestara-se contra a atuação dos portugueses na Bahia, mas entendera que faltava a Manuel Pedro, o comandante brasileiro, as qualidades para manter a ordem na província em ebulição. O incidente grave com o exaltado deputado Barata criara, entre ele e os baianos, uma incompatibilidade com os patriotas que não perdoaram os que tentaram salvar a união quando ela não era mais possível.

A . J . L .

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