Fragmentos de cerâmica brasileira

É oportuno transcrevermos aqui um interessante estudo de Peter Paul Hilbert(1) Nota do Autor, etnólogo do Museu Goeldi, relativamente à situação dos tesos marajoaras do alto Camutins.

Nesta obra, trata Hilbert dos tesos(2) Nota do Autor do curso superior do igarapé dos Camutins, incluindo-os no número dos já conhecidos com segurança, ou dos tesos arqueologicamente explorados, descrevendo a sua sequência de sul para norte. Conforme confessa o citado autor, não se trata de um estudo completo de tais sítios, em virtude das explorações insuficientes, mas de uma orientação básica geral que poderá servir futuramente.

Diz-nos o etnólogo Hilbert:

"Sobre o número e a distribuição geográfica dos sítios da fase marajoara, situados ao longo do igarapé dos Camutins, ainda existem hoje algumas incertezas."

O igarapé dos Camutins é um afluente da margem direita do alto Anajás, situado aproximadamente ao centro da metade oriental da ilha de Marajó.

A primeira referência sobre a existência de urnas funerárias provenientes dessa região data do tempo de Martius (1867). Devemos a Ferreira Pena a primeira investigação científica (1870), cuja coleção, oriunda desse mesmo lugar, encontra-se no Museu Nacional, no Rio de Janeiro.

Na primeira descrição feita por Derby, no ano de 1876, são mencionados, além dos três primeiros tesos, situados rio abaixo, e mais ao sul (1, 16 e 17 na contagem dos Evans), outros doze tesos, que podem ser encontrados a uma distância de meia légua rio acima.

"Quase todos se acham na estreita zona da mata que margeia o igarapé, mas consta que há dois no campo. Encontram-se às vezes fragmentos de louça no campo, e na mata, no nível ordinário."

Esses tesos, porém, não foram visitados por Derby, que termina sua descrição com uma comparação com a cerâmica do Pacoval, no lago Arari (ver p. 44).

Farabee(3) Nota do Autor visitou em 1913 a mesma região dos tesos, localizada mais ao sul, tal como o fizera Derby, e empreendeu extensivas escavações no Magno mound (hoje chamado Belém; n° 17 da contagem dos Evans).

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