[Ver ilustração no original - Legenda: Fragmento de vaso zoomorfo. Estearia do Encantado, vale de Pericumã, Maranhão.]
a época de sua conferência, em 1923, os traços típicos do arcaísmo, nem as estatuetas de olhos salientes (nem outra qualquer representação humana), nem os vasos trípodes. Eis ai uma civilização muito antiga e que foge ao tipo arcaico preconizado, diz-nos Lopes. E continua:
"Os amuletos - muiraquitãs - encontrados em Cajari, semelhantes aos do baixo Amazonas, da Costa Rica e do México, vêm em apoio, ao contrário do que pode parecer, da relativa individualização da civilização amazônica. Os de Cajari representam uma técnica adiantada, análoga à do México e mais ainda à da Costa Rica, de modo a não se confundir com a de jade oriental e assumindo formas animais, a rã especialmente."
[Ver ilustração no original - Legenda: Amuleto ou muiraquitã de ágata, dos lacustres cajarienses, Maranhão.]
Raimundo Lopes diz que não parece razoável enxergar na ausência de objetos de metal no Cajari um povo de origem estranha dos muiraquitãs. Estes não são feitos de jadaíte, como os amuletos de Costa Rica; um deles é de ágata, rocha que se encontra no próprio sertão maranhense. Raimundo Lopes diz que, enquanto não tivermos suficientes seriações, podemos unicamente fazer boas hipóteses e muito será conseguirmos pôr em equação o problema da interpretação definitiva das semelhanças culturais entre a Amazônia e a Centro-América,