A larga ocupação árabe reduzira paulatinamente o espírito de iniciativa lusitano. O português deixara de ser o legítimo senhor da terra portuguesa para tornar-se um tolerado, um vassalo. Foi fatal o desamor que, entre eles, sobreveio à lavoura. A vassalagem tira ao indivíduo os nobres estímulos que a liberdade dá. Seguro de que o suor de seu esforço ele o vertia em benefício do estranho, e, o que mais era, do estrangeiro; certo da sua condição de súdito dentro da própria pátria, como se fora uma revivescência do hilota grego; o campônio português trabalhava, sob o domínio mouro, sem incentivo, sem ideal.