Pontos de partida para a história econômica do Brasil

Dissemos, então, que nem toda a culpa do relativo insucesso da primeira fase da colonização brasileira se há de pôr à conta da Coroa portuguesa. Para provar basta avivar, aqui, e de passagem, a história da formação da colônia norte-americana.

Teria sido ela, porventura, nas suas origens, obra do governo da Inglaterra?... Não foi. O que ela foi, e os testemunhos da história são positivos, foi obra dos próprios emigrantes que, ao saltarem na nova terra, se reuniam em assembleia, "por consenso unânime e solene", e "na presença de Deus" concordavam "em formar um corpo de sociedade política, a fim de nos governarmos e de trabalharmos para a realização de nossos desígnios, assentando igualmente, em virtude deste contrato, na promulgação de leis, atos e ordenações, e segundo as necessidades, na instituição de magistrados, aos quais prometemos toda a submissão e obediência."

A Inglaterra veio depois, e a principal cooperação dela na formação dos Estados Unidos resulta precisamente desse espírito de legalidade e de liberdade, do qual, na frase expressiva de Dicey, está saturado seu ambiente.

O colono, ali, levava consigo os elementos vivos de um verdadeiro progresso: a ideia da sociedade política, e, portanto, de governo; a preocupação das leis, que fazem impessoais as determinações da justiça: a convicção da necessidade de elegerem magistrados, aos quais desde logo, juravam "toda a submissão e obediência."

Vale isto por dizer que, com as primeiras sementes lançadas à terra do Norte, os colonos assentaram os alicerces da futura nação. De sorte que os atuais Estados Unidos da América do Norte

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