Pontos de partida para a história econômica do Brasil

não são mais do que o desdobramento desse espírito de trabalho de cooperação, de ordem e de justiça que ressalta do célebre documento que deve ser considerado o estatuto fundamental da grande república.

Quando, ali se registam os notáveis avanços da civilização, os sociólogos vão buscar suas causas na própria iniciativa dos colonos: "Vê-se, porém, claramente, escreve um observador, que todo este movimento e prosperidade era antes devido ao bom senso prático e intuição administrativa dos próprios emigrantes, do que a esforços do governo inglês para o progresso e consolidação dos mesmos."

As origens do Brasil foram diversas. Os que vieram no território descoberto não eram homens que se lançaram à aventura do desconhecido para fugirem ao despotismo reinante em sua pátria. A fatalidade das circunstâncias impôs ao nosso país uma formação diferente. Nem todos os povos tiveram berços iguais. Como, na frase conhecida de Anthero do Quental, cada homem traz consigo o seu destino, cada povo nasce, vive, domina e desaparece sob um signo próprio.

O governo português à falta de gente, mandou para aqui degredados e transformou as capitanias em couto e homizio de criminosos.

Não o fez, porém, porque o quisesse; fê-lo porque era fatal que o fizesse. De outro jeito teria que abandonar aos mais populosos e mais ricos a insuperável colônia com que fora brindado n'América.

"As colônias inglesas da América estavam, debaixo de um certo ponto de vista, numa situação muito diferente das outras colônias europeias. A sua fundação realizou-se em circunstâncias especiais, que tinham garantido a sua liberdade, e que lhe asseguravam mesmo uma certa independência".

— "A Inglaterra tinha, sobre nós e sobre todas as nações do continente, a vantagem de não estar sujeita nem ao despotismo monárquico nem ao despotismo religioso, e contudo em algumas

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