Pontos de partida para a história econômica do Brasil

Ainda assim, nos vinte anos que se seguiram à criação das capitanias hereditárias, sustenta João Ribeiro, a situação não havia melhorado, tanto que a população de colonos não chegava a três mil!(35) Nota do Autor

Esses mesmos, perdidos na vastidão das terras brasileiras de Itamaracá, Pernambuco, Bahia, Santo Amaro e São Vicente, nas quais, segundo Capistrano de Abreu, se elaborou a civilização nacional do século XVI, e nas demais, periclitantes ou moribundas, sofriam a ação assoberbante do meio e muita vez não resistiam, chegando a assimilação ao ponto de, é ainda Capistrano quem o afirma, "deixar o colono furar os lábios e orelhas, matar os prisioneiros segundo os ritos e cevar-se em sua carne."(36) Nota do Autor

Adotado o resgate dos índios, a situação melhorou. Demais, no segundo século, aclarados os horizontes, espalhada a notícia das minas, observava-se um verdadeiro contraste com a situação anterior: era preciso legislar, adotar medidas violentas, para evitar que a população do reino se despejasse no Brasil.

Mas esta gente, que emigrava, não procurava lavoura. Pelo contrário: levava consigo, como veremos, distraindo-os com os seus recursos ou com o seu entusiasmo, os braços portugueses que, aqui, se consagravam ao campo.

Por seu lado, os índios viviam esquivos, embrenhando-se mais na selva, tornando as pilhagens dos brancos e mestiços mais difíceis. Já o jesuíta entrara no cenário, e suas atitudes enérgicas iam fazendo mais e mais precária a escravidão vermelha.

Tudo isto impunha uma medida de salvação geral, e esta só podia estar no incremento da importação do negro.

Não se suponha que, com tal afirmativa, julgamos defensável a instituição da escravidão. Monstruoso crime, ele não

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