Visitantes do Brasil colonial (séculos XVI-XVIII)

Não era Lisle, a seu ver, vulgar velhaco, ou desinteressante estelionatário, e sim apenas um transviado pela violência das paixões. Jamais agira preconcebidamente contra a bolsa alheia... De tal estava certo. Assim se empenhou imenso com o Duque de Portland, Lorde William Cavendish Bentinck, antigo Premier e agora Ministro do Interior, a fim de obter o perdão real. Mas nada alcançou. Ao saber que iria mesmo como degredado para a Austrália, diz Semple que quis suicidar-se com a única arma então ao seu alcance: uma faca de talher. Golpeou-se sem contudo conseguir ferir-se mortalmente, sendo então desarmado por um tal Kirby.

Em fevereiro de 1797, partia condenado a uma deportação de sete anos na leva de presidiários que se encaminhava para Portsmouth, onde o empreiteiro do transporte dos grilhetas, certo Dyne, o tratou muito humanamente.

Afinal viu-se o nosso ex-Major a bordo do navio que o devia levar a Port Jackson. Chamava-se a "Lady Shore" e já estava cheio de perigosos bandidos, cuja atitude era a mais atrevida e pressaga. E de uma recua de ladies, como engraçadamente lhes chama, chusma de reles marafonas e criminosas, Female-convicts.

Ao destacamento de guardas dos presos comandava certo sargento Hughes insolentíssinto com os superiores. Mostrava a oficialidade, quer a da tropa, quer a de bordo, enorme fraqueza, se não real pusilanimidade ante a brutalidade dos inferiores.

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