Visitantes do Brasil colonial (séculos XVI-XVIII)

À altura do Rio de Janeiro separou-se a "Lady Shore" dos navios de guerra do comboio que rumava para o Oriente.

Ansiosamente esperavam este momento os convicts e seus apaniguados.

A 1 de agosto de 1797 despertava Lisle, às quatro horas da madrugada, com o ruído de sucessivas detonações e gritaria de mulheres. Havia estalado a revolta e os amotinados, depois de matarem o imediato, tinham gravemente ferido o Comandante que acudira ao companheiro.

Notando qualquer cousa de anormal, durante o seu quarto armara-se o imediato do navio, homem bravo e impetuoso que viera interpelar os indivíduos suspeitos, cuja confabulação lhe causava estranheza. E arrebatado como era, notando que os murmuradores eram sobretudo os tais franceses emigrados, disparara a pistola sobre um deles certo de La Haye. Pouco depois era cadáver o imprudente oficial. Ouvindo tiros, levantara-se o Comandante correndo em socorro do seu lugar-tenente, sendo então ferido gravemente no pescoço e no peito. Nesta ocasião puseram os rebeldes dous canhões postados de modo a varrer as escotilhas a metralha de ferro e cacos de vidro.

Mostrou-se o Capitão Wilcox, homem aliás muito fraco, digno do posto; moribundo, só pensava na sorte do navio. Quis passar o comando ao Tenente Minchin. Pediu-lhe Lisle que não o fizesse, os revoltosos só estavam senhores do convés, não tinham quase armas e teriam de render-se pela fome e a sede. Bastava guardar severamente

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