Visitantes do Brasil colonial (séculos XVI-XVIII)

Graças a esta particularidade, teria escapado o seu nome ao irremediável olvido o que, entre parênteses, não é circunstância glorificadora de quem quer que seja.

Assim, sucedeu a Fleckno o mesmo que entre os franceses se passou com Chapelain. Cottin e outras vítimas dos sarcasmos de Boileau. Nas letras lusitanas tal caos é comparável, servatis servandis, à ojeriza de Bocage pelo nosso Caldas Barbosa.

Parece contudo que nas palavras depreciativas de Dryden entraram excessiva acrimônia e verdadeira injustiça.

Teve Fleckno, quase século e meio após sua morte, um defensor dos méritos na pessoa de Roberto Southey, o nosso ilustre historiador do Brasil, que na sua Omniana proclamou a grave injustiça de que fora o jesuíta vítima.

As palavras de Southey induziram um erudito alemão, A. Lohr, em 1905, a fazer uma revisão do processo de Fleckno, tentame que, segundo estamos informados, redundou em tal ou qual reabilitação do nosso loiolista. Havia aliás indiscutível índice positivo do espírito de Fleckno, certo epigrama sobremodo veemente e engraçado, pelo qual respondera aos ataques de Dryden e de outros inimigos.

Segundo parece, nessas agressões muita coisa é devida ao espírito jingoísta inglês, em relação à França, se nos é permitido o emprego anacrônico, por antecipação, de expressão nativista recente.

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