Na segunda metade do século XVII mantinha o teatro inglês um nível sobremodo baixo; ao público só interessavam as mais grosseiras saloiadas.
Fleckno, que muito viajara no continente e residira largo tempo em França, indignava-se com essa feição boçal do teatro britânico e constantemente sobre ela alegava a superioridade do palco francês, então prestigiado pela glória de Molière.
Rudemente atacando a imoralidade da cena inglesa, entendeu Fleckno oferecer aos compatriotas composições cômicas da sua lavra, inspiradas pelo feitio molieresco, como por exemplo: Love's dominion, título bem pouco próprio para a obra de um sacerdote; Démoiselles à la mode e Sir W. Davenant's voyage to the other world.
A principal agressão de Dryden veio a ser, aliás, posterior ao falecimento de Fleckno. É a conhecida "mac fleckno", publicada em 1682.
Mais apropriadamente, quer nos parecer devia esta diatribe intitular-se O'Fleckno, pois como lembramos era irlandês o jesuíta, e o Mac se aplica mais a escoceses do que aos filhos da "verde Erin".
Seja como for, nem Fleckno mereceu ser tão depreciado nem pode ser tido a conta de escritor de destaque. Dele se dirá que se apresenta como autor muito mais notável pela abundância do que pelo talento.
Em matéria de opiniões políticas e religiosas, parece que algo deixou a desejar o nosso jesuíta, pois apesar de realista dos quatro costados e das convicções católicas,