História da queda do Império 2º v.

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Partida para o exílio

O Imperador foi convidado a descer à câmara do Comandante. Recusou: preferia ficar ao ar livre. Foi então estendido um toldo sobre o pequeno tombadilho para abrigá-lo da umidade da madrugada e de uma leve garoa que começava a cair. Dava guarda aos prisioneiros um destacamento de fuzileiros navais. Sentados ou recostados em várias cadeiras dispostas em semicírculo, a Família Imperial iria passar ali o resto dessa madrugada e toda a manhã do dia 17.

Foi por essa ocasião, ou melhor, durante essa madrugada, cerca das quatro horas que apareceu o Tenente Jerônimo Teixeira França, dizendo-se portador de um documento que lhe confiara o Governo Provisório e se destinava ao Imperador. Era o célebre decreto pelo qual o mesmo Governo doava ao Monarca, para seu estabelecimento na Europa, a importância de cinco mil contos de réis, decreto que daria tanto que falar, sobretudo depois que o Imperador recusou aceitar essa generosidade do Governo republicano.

A cena da entrega desse documento foi descrita pelo O País, de 19 de novembro de 89. Sendo o órgão dirigido por Quintino Bocaiúva, Ministro do Governo Provisório, pode ser tida como a versão oficial e autêntica do acontecimento. Passou-se assim:

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