dos exilados. No escaler do comandante embarcaram o Imperador e a Imperatriz. As demais pessoas seguiram nas embarcações dos oficiais. Uma a uma foram se distanciando do Parnaíba em direção ao outro barco. Era uma noite escura. No céu corriam nuvens baixas. De vez em quando se divisava o brilho de uma estrela, mas para logo desaparecer. Ao fundo, no horizonte, para o lado da terra, desenhava-se o contorno negro das montanhas distantes. Soprava um vento fresco, agitando a superfície das águas. Nos escaleres todos guardavam um profundo silêncio, quebrado apenas pelo bater cadenciado dos remos cavando as águas. Pouco a pouco ia se fixando melhor o perfil ainda um pouco distante do Alagoas.
Mais algumas remadas, e as embarcações acostavam à escada desse vapor, iluminada por uma fileira de pequenas lâmpadas. Saltaram todos, um a um, por vezes com dificuldade, dado o movimento das ondas. Antes de deixar o escaler o Imperador voltou-se para o comandante do Parnaíba e apertou-lhe a mão, num gesto de despedida e ao mesmo tempo de agradecimento pelo bom desempenho que dera à sua difícil missão. Concitou-o, a ele e aos seus subordinados, a continuarem a servir o Brasil. E rematou: "O meu maior desejo é ter a notícia na Europa de que tudo se passou sem derramamento de sangue"(854) Nota do Autor.
Um pouco mais tarde, e todos já se encontravam acomodados a bordo do Alagoas, inclusive os que tinham vindo se juntar à Família Imperial para a acompanharem ao exílio: o Barão e a Baronesa de Loreto, o Barão e a Baronesa de Muritiba, o Conde de Mota-Maia e o filho mais velho, a Viscondessa da Fonseca Costa (Dona Josefina), que apesar de seus 81 anos de idade não