Assim sendo, não posso me alistar entre os que dão importância culminante aos indivíduos no desenrolar dos capítulos da história. Feijó, pois, com a sua psicologia especial, e com o seu caráter talhado de modo particular não poderia ter tido uma força tão dominadora na orientação dos sucessos que se foram desenrolando, na Regência, ou na Independência. Mas eu, sem ser nietzschiano, não considero apagada toda a influência individual e humana nas páginas da vida coletiva de uma nação.
Se não dou a ela a importância maior, entretanto, não a elimino.
É assim dentro desses limites, que procuro evocar a vida do grande sacerdote, buscando retratar o ambiente em que ele viveu e procurando destacar a influência que ele exerceu.
Por certo, Feijó, teria influenciado, de certo modo, esses capítulos do passado. Embora eu não creia que, essa influência tivesse sido decisiva, não se pode negar que, ela tivesse existido.
Assim, se suprimíssemos a passagem de Feijó, nas primeiras décadas do século, é possível que a história se tivesse desenrolado como ela ocorreu, mas também é de se crer que muito diferente tivesse sido o curso dos acontecimentos. Assim, por exemplo, se não fosse o Ministério da Justiça ter sido exercido pela férrea mão do ilustre sacerdote paulista, Pedro I teria voltado a imperar no Brasil, e a Regência trina, teria caído, e o país, talvez, se tivesse desintegrado. Eis uma desgraça evitada pela existência de Feijó.
É com o fito de procurar retratar esse vulto esquisito e essa época, que escrevi este livro.