Feijó e a primeira metade do século XIX

Feijó foi uma personagem, que se destacou de todo o mundo de então, pela sua especial psicologia, como pela particular modalidade da sua formação mental.

Nada que o cercava dava uma ideia do que seria esse homem. Era uma ilha, que se isolava diferente, na imensidão oceânica das baixezas de caráter, das impurezas de alma, das deslealdades, das ambições mal contidas, das insinceridades, das hipocrisias, das mentiras convencionais, dos espíritos retrógrados e conservadores, dos aulicismos, etc., que constituem as personagens dessa época.

Feijó se mostrava em contradição com tudo isso.

Ele era como um imenso monte nevado, que se elevada por sobre uma planície incomensurável, em que os horizontes longínquos se encontravam com a terra.

Por certo que havia na época uma plêiade de homens de valor. Nenhum deles entretanto reunia uma soma tão alevantada de virtudes morais e psíquicas como Feijó.

Havia, por exemplo, Bernardo de Vasconcellos, o grande adversário do sacerdote paulista, mas se ele dispunha de belicosidade que, ferina, igualava a de Feijó, não possuía a inteireza moral do padre-estadista. Bernardo a esse respeito era a antítese de Feijó. Talentoso, irritável ao extremo, culto, Bernardo, não se aproximava do Regente em matéria moral, ainda que a ele se assemelhasse sob muitos outros aspectos. Esse estadista mineiro não tinha firmeza. Ele virava de liberal para conservador, sem a menor cerimônia.

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