Feijó e a primeira metade do século XIX

PARTE I

CAPÍTULO I - A ORIGEM


O mar parecia um tapete azul estendido por uma superfície imensa, refletindo um céu puríssimo e sem nuvens, ligeiramente encapelado por um vento que soprava a enfunar as velas de um bojudo galeão que célere avançava, a bolinar sobre as ondas que se encrespavam cruzadas. Ao longe, uma moldura nívea marcava o litoral de uma terra que aí fronteava as águas do oceano. Um renque de palmeiras que se derramavam oblíquas e abundantes, bordava esse lagamar. Este se nivelava com as terras, que se afundavam serenas e planas pelo interior, emolduradas por uma faixa branca das areias de um extenso ribamar que se quebrava de recifes amontoados.

Era a região que se situava entre a colônia luso-americana de Salvador, na Bahia, e a colônia chamada de Porto Seguro.

O galeão caminhava em demanda ao sul. Ele passava nesse instante pelas ilhas dos Abrolhos, que eram aqueles rochedos negros que se viam enristados como afiados dentes de granito salientes

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