Feijó e a primeira metade do século XIX

Os contemporâneos do grande morto não souberam aquilatar o valor do mesmo, do qual tinham apenas a medida da sua temibilidade.

Os seus adversários tremiam ante a sua figura gigantesca de Galaad admirável, na sua belicosidade invicta, na sua magnífica força de vontade, na rapidez meteórica com que desferia os seus golpes.

Os seus amigos o admiravam, pelas indeclináveis qualidades do seu caráter, mas o queriam mais pelas suas virtudes de coração, onde se aninhavam os sentimentos mais nobres e uma bondade que se transluzia, sempre, em mil manifestações. Mas apesar disso tudo, só a posteridade deveria fazer justiça a esse velho roble que, altaneiro, atingia as mais puras camadas da atmosfera onde o oxigênio enregela os altos píncaros dos morros. Os mais majestáticos monumentos, para mais ressaltarem nas suas formas magníficas, a vista dos observadores imparciais, precisam ser inspecionados a distância. Feijó, o maravilhoso Giliath de S. Paulo oitocentista, era como esses monumentos, que só a distância evidenciam as seus contornos. Hoje, a sua estupenda figura se ressalta desse período da nossa história oitocentista, quando vivíamos abatidos pelo espectro da decadência com um espantoso relevo.

Mas na época, a morte do grande clérigo que fora Regente, passou quase que desapercebida a ponto de, oito dias após esse infausto acontecimento, a cidade do Rio de Janeiro deparar com a seguinte notícia no Jornal do Commercio, no seu noticiário de falecimentos:

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