suas palavras proferidas em voz rouquenha, servindo de acompanhamento àquele rumor surdo, que era o estertor cavernoso do seu peito arfante, que morria, ouviam-se nítidos os nomes sonoros dos seus maiores, de Juseppe de Camargo, do Jaguarete e de outros.
Naquele supremo delírio a revolver fundo toda a preocupação da sua vida, o sacerdote parecia um redivivo, com o olhar rebrilhante e os movimentos em convulsão desordenada e violenta.
Por fim caiu estático no catre.
Morreu!
Duas lágrimas cadentes rolaram, então, pelas faces ressequidas do beneditino; um soluço tremeu a figura máscula de Raphael Tobias, que também aí se achava acompanhando o estadista até o último momento.
Feijó, depois da última visão tumultuosa dos quadros da alvorada paulista, que perpassavam na sua imaginação em macabra galopada, caíra prostrado pela carpa fatídica da morte.
Era a madrugada de 10 de novembro de 1843, e o sol vinha já enrubescendo o firmamento pelas bandas de São Miguel...
Assim se finava, na mais tranquila das sombras, um vulto que fora na luminosa trajetória de sua vida política a expressão máxima de energia, bem simbiotizada com o índice o mais elevado da pertinácia, da vontade, da honestidade, da varonilidade, ao lado da mais alta personificação da abnegação, do altruísmo, do amor à pátria, do espírito de sacrifício e da modéstia a mais sublime, da simplicidade a mais perfeita, como da candidez a mais plácida e transparente.