Não sei se esta demora foi em Falmouth ou se devida tambem à uma viagem difficultoza. O que é certo é que não veio em direitura ao Rio de Janeiro, mas desembarcou primeiramente em Pernambuco e de lá veio ao Rio. No Rio de Janeiro ele parou pouco e teve uma entrevista com o José Bonifácio de Andrada, o rezultado sendo a espedição de ordens severas ao então capitão-mor de Itú para exercer uma vigilante espionagem sobre todos os atos do Pe. Feijó a quem qualificou de Demagogo perigoso, devendo o capitão mór dar partes mensáis.
Um íntimo amigo do Feijó, o Pe. João Paulo Xavier, (vigario da vara de Itú e que merece uma Mitra), contou-me hontem à noite que ele se lembrava de um discurso do Feijó em que, transbordando em satiricas aluzões ao Martim Francisco (que o tratára de hipocrita) e ao irmão mais velho, ele lançou-lhe em rosto essa comissão de espional-o dada ao Capitão Mór, como tambem ao Martim Francisco increpou por ter feito enforcar com laço, depois da corda rebentada, um criminoso sobre quem a Irmandade da Misericordia, em virtude de antigo uzo, quis resgatar cobrindo com sua bandeira.
Nunca houve uma perfeitamente cordial inteligencia entre Feijó e os Andradas, porque o Feijó nunca se esqueceu do que sofrera do Jozé Bonifácio e do Martim Francisco embora não patenteasse a todos o seu modo de sentir.
Houve mais um documento importante redigido pelo Feijó que merece ser conservado como monumento do seu sincero amor à Justiça e de seu desprezo da popularidade que sómente podia coexistir com o sacrifício parcial dos grandes principios humanitarios que compunham o símbolo de sua fé politica e social. Refiro-me ao projeto para melhorar a condição dos Escravos apresentado por Alvares Machado ao Conselho geral de São Paulo e conhecido como o Código Negro. Vis e mesquinhos