Nem o dialeto brasileiro nos envergonha.
É um fenômeno cuja espontaneidade não podemos deter nem governar, é uma força viva que surge das massas populares ao impulso de tendências lógicas e naturais e cuja expansão devemos estudar e observar, mas que não está em nós orientar, porque ela se dirige de acordo com leis glóticas certas e imutáveis.
A essa preocupação de repudiar e negar o dialeto brasileiro é que cabe a culpa de não termos até hoje um estudo sistematizado de nossas tendências dialetais.
Amadeu Amaral, em 1920, com o seu O dialecto caipira, abriu resolutamente o caminho, dando um exemplo que deve ser imitado.
Antenor Nascentes seguiu-lhe os passos com O linguajar carioca em 1922.
Depois destes, têm surgido pequenas contribuições em revistas e jornais, além de vários glossários regionais, demonstrando que o problema começa a apaixonar os estudiosos de nossas coisas e de nossa língua.
Contra a opinião de Ribeiro de Vasconcelos, Teófilo Braga, Adolfo Coelho, Gonçalves Viana e Leite de Vasconcellos, que em Portugal