Segue-se facilmente o processo evolutivo: onde desapareceu bem cedo absorvido por aonde cuja preferência veio da tendência dialetal pelo acrescentamento de um a prostético às palavras.
As duas formas que restaram, aonde e donde, soam ao ouvido como palavras perfeitas e autônomas. O povo não sente nelas a preposição. Ora, duas formas com o fim de indicar uma só ideia eram um luxo desnecessário. E as duas amalgamaram-se em adonde.
As relações de lugar d'onde e para onde ficaram sendo expressas pelas preposições correspondentes:
Adonde está você?
Dadonde você veio?
Pradonde você vai?
218. No antigo português, ao contrário do que se dá hoje, as circunstâncias de tempo eram expressas quase sempre sem preposição.
Vemos em Camões:
no tempo que a luz clara
Foge e as estrelas nítidas que saem
A repouso convidão quando caem.
IV — 67.