ergue-se o ideal cristão da "alma gótica" de Sauer, paradigma da perfeição, da harmonia, da beleza moral.
Por isso essa parte da biografia de Calógeras se me afigura a mais preciosa e fértil.
Para as gerações novas, que tão ardorosamente se arregimentam nas hostes da ação católica, e cujo renascer de crenças assegura a esperança de melhores dias, a meditação de Calógeras será certamente um estímulo, um amparo, uma pedra a mais para consolidar a fortaleza de seus princípios. E para os que não têm ainda a suprema ventura da crença, mas sentem o espírito sinceramente animado, nesta hora de indeciso alvorecer, pelo desejo angustioso de uma orientação, há de ser profundamente comovedora e convincente a conversão dessa inteligência equilibrada, clara, sadia, cultíssima, confessando conscientemente — em plena maturidade de seu espírito — as convicções religiosas a que chegara pelo raciocínio sereno de matemático e de filósofo, e, despido das vaidades humanas, oferecendo humildemente ao Criador o coração que só pulsou pelo bem da sua terra e da sua gente.
Bastaria esse capítulo para tornar a obra de Gontijo de Carvalho não só merecedora de aplausos, mas utilíssima e digna da mais ampla divulgação.
ODECIO CAMARGO