Não consta que haja em outra alguma parte do mundo uma semelhante extensão de terreno que ofereça estas condições geológicas, visto aparecerem em regra as rochas primitivas e de transição em camadas consideravelmente inclinadas, provando assim terem sido levantadas depois da sua deposição por efeito de forças expulsivas obrantes de dentro. A época em que foram efetuadas estes levantamentos é indicada pela relação que conservam as camadas levantadas para com as que as rodeiam e se encostam a elas; ora, segundo as observações do sr. de Beaumont, o engenhoso autor destas verificações cronológicas, as datas desses levantamentos só em muito poucos casos e estes de pouca significância, sobem até a época de transição. Onde as camadas das rochas primitivas e de transição ainda conservam a sua direção originária, horizontal, são elas geralmente cobertas por outras mais recentes, das formações secundárias e terciárias; e a única exceção que mereça particular consideração é, como já notei, o grande platô central do Brasil. A explicação deste fenômeno, que não tem ainda atraído da parte dos geólogos a atenção que merece, não pode causar dificuldades. A ausência de depósitos secundários no referido platô prova que já se achou elevado em cima do mar numa época anterior ao tempo em que principiou a formação destes depósitos submarinos, ou em outros termos, que já existia como um continente extenso a parte central do Brasil, quando as mais partes do mundo estavam ainda submergidas no seio do oceano universal, ou surgiam apenas como umas ilhas insignificantes, tocando assim ao Brasil o título de ser o mais antigo continente do nosso planeta.