raças, sendo a raça Mongólica a raça primitiva, deve-se forçosamente considerar a raça Americana como uma degeneração daquela. Segundo esta hipótese devia-se supor que, quanto mais retrocedêssemos aos tempos passados, tanto mais se aproximariam estas duas raças uma à outra nos seus caracteres físicos. Ora, os fatos que tenho referido acima, mostram pelo contrário que a raça Americana, por um espaço de aproximadamente três mil anos, não tem mudado, é para se afastar ainda mais da raça Mongólica, nos tempos primordiais da sua existência. Para os que querem insistir na comum origem destas duas raças, não fica, pois outro expediente, senão inverter a ordem cronológica até aqui admitida, o que viria certamente a ser mais em conformidade com a marcha ordinária da natureza procedendo do imperfeito para o mais perfeito. Sem dúvida que uma tal suposição repugnaria a grande massa de antropólogos, acostumados a ligar a ideia de modernidade a tudo que concerne a este continente; porém, esta ideia, filha de considerações históricas, tem sido indevidamente estendida ao foro das ciências físicas; os fatos acima referidos o provam a respeito das produções deste continente, e terminarei mostrando que a mesma conclusão vale a respeito do continente, considerado em si.
A grande planície que compreende a parte elevada do Brasil desde a Serra do Mar até as Cordilheiras dos Andes, abrangendo as cabeceiras dos rios maiores do mundo, forma um terreno extenso cujo solo é formado de rochas pertencentes ao período chamado na Geologia "de transição", e depositadas em regra em camadas horizontais, sem que essas camadas sejam cobertas por outras de formações mais recentes.