A primeira viagem do dr. Lund ao Brasil
Dentre as mais notáveis figuras da ciência que têm visitado o Brasil e estudado as cousas brasileiras, contribuindo para o progresso das ciências, está a do célebre naturalista dinamarquês Peter W. Lund, que veio duas vezes ao nosso país, tendo aqui permanecido, quando de retorno, até sua morte.
O Brasil foi para o dr. Lund uma segunda pátria, aquela que lhe restituiu a saúde profundamente abalada por insidiosa enfermidade.
Num pequeno e sossegado lugarejo de Minas Gerais — Lagoa Santa, encontrou ele um pouso duradouro e feliz. Os bons ares das montanhas consolidaram-lhe a saúde precária e as riquezas paleontológicas, do subsolo das cavernas calcárias da região, deram-lhe a glória de fundador da paleontologia brasileira e de iniciador desses estudos na América do Sul, por uma forma verdadeiramente científica.
Não se poderá falar da Pré-história americana sem que a ela se deixe de ligar, no território brasileiro, o nome do cientista, que celebrizou Lagoa Santa com a descoberta dos restos humanos fósseis da caverna do Sumidouro.
Peter Wilhelm Lund nasceu em Copenhague aos 14 dias de junho de 1801.
Desde muito jovem, ainda nos cursos preparatórios, sentia-se profundamente inclinado para o difícil e árduo estudo das ciências naturais.