índios, que muito antes da vinda dos europeus teriam transformado a vegetação.
Contra estas opiniões de Lund, que foi o primeiro a emiti-las, manifesta-se o professor J. Reinhardt, que durante três viagens para o interior do Brasil ficara conhecendo grande parte do país. Reinhardt publicou as suas observações em Videnskabelige Meddelelser fra den Naturisteriske Forening i Kjbenhavn, 1865. Ele pensa que Lund exagerou atribuindo à ação humana mudanças muito maiores do que de fato seria razoável admitir-se. Refere-se especialmente a duas circunstâncias que tornam inadmissível a teoria de Lund: uma que não é possível supor-se que o imigrante português, com poucos séculos de estadia, no país, nem tão pouco a população indígena, não muito abundante e em estado de perfeita selvageria, tivesse exercido tão grande influência sobre a fisionomia do país em extensões tão consideráveis.
A outra causa não podia apresentar-se a Lund, quando escreveu o seu trabalho, mas se evidenciou dos seus próprios estudos posteriores sobre os fósseis, porque nas cavernas calcárias, além dos restos de animais genuinamente campestres e contemporâneos, existem também restos de várias espécies extintas de cavalos e de lhamas.
"Tão pouco como estas espécies de animais atualmente vivem nas matas, o fizeram antigamente parece haver todo o motivo de admitir que os planaltos do interior do Brasil, pelo menos em muitos lugares, foram campos abertos, cobertos apenas de árvores espaçadas e arbustos baixos, no tempo em que os já extintos cavalos e lhamas os percorriam". (3) Nota do Autor.